28.4.06

PROJECTO



Viver sem viver! Deixar os dias passar por mim
e abandonar-me a esta letargia das emoções!
Reprimir meus sonhos, meus projectos,
minhas ambições, meus desejos,
tem sido o meu viver...
Sinto que preciso de algo que me abane,
que chocalhe e baralhe esta disposição
compartimentada em que enclausurei os sentidos!
Decidi que é urgente VIVER!
Questionei as minhas prioridades,
os meus entraves à sanidade emocional,
e conclui que vou iniciar o livro
há tanto tempo pensado.

19.4.06

CAMINHAR OU CAIR?

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Há ideias que nos surgem que, se não forem passadas ao papel, onde possamos vê-las traduzidas em letras, permanecem num turbilhão, queimando as meninges, até serem despejadas nessa folha branca, onde a cor da tinta dissolve a chama que elas nos transmitem...

Fúrias, raivas, medos, sonhos - tudo é transformado em arabescos torcidos e retorcidos, segundo a minha vontade de moldar-me a esta corrente de gestos e sons que agrilhoa o meu querer.

É esse estado de alma que dá origem à maior parte da minha escrita.

É que caminhar ao lado de alguém, servindo de apoio nos momentos de fraqueza e partilhando os bons momentos, é viver em comum.
Outra coisa bem diferente, é seguir ao lado de alguém, não como um igual mas apenas servindo de muleta, para apoio nos desequilíbrios diários! E isso não é viver - é sofrer!

5.4.06

OS AFECTOS



No seguimento do post anterior, e porque é fundamental perceber a afectividade para a compreensão da depressão, hoje venho falar-vos dos afectos.
A afectividade é a parte psíquica responsável pela maneira de sentir e perceber a realidade - pelo significado sentimental de tudo aquilo que vivemos. Se a nossa realidade é agradável, angustiante, se nos causa medo ou pânico, ou se nos dá satisfação, tudo isso é codificado pela nossa afectividade. É através do nosso Afecto que o mundo, no qual vivemos, chega até à nossa consciência com o significado emocional que tem para nós.
A afectividade funciona como as lentes dos óculos através das quais vemos emocionalmente a nossa realidade. Através dessas lentes podemos perceber a nossa realidade com mais clareza ou não, com mais colorido ou não, com mais esperança ou não. Ás vezes vemos a realidade através de óculos escuros, ou seja, tudo é visto de maneira cinzenta, escura e nublada. Outras vezes a realidade é vista através de lentes cor-de-rosa e tudo parece mais exuberante. Outras, ainda, vemos o mundo através de uma lupa, onde as questões adquirem dimensões maiores.
Como a afectividade (lentes do óculos) é diferente de pessoa para pessoa, cada um de nós reage a essa realidade também de maneira muito pessoal e diferente.
A afectividade pode ser melhorada com a utilização de medicamentos que actuam nos neurotransmissores e nos neuroreceptores cerebrais e através de práticas psicoterapeutas e psicopedagógicas de aperfeiçoamento da personalidade. Neste último caso a pessoa passa a conhecer melhor as suas emoções e passa a melhorar a sua relação com a realidade e consigo mesma.
Há ainda o afecto depressivo e negativo, onde as sensações físicas banais em qualquer pessoa são valorizadas de modo pessimista nos deprimidos - uma simples tontura, por exemplo, apesar de ser um acontecimento trivial na vida de qualquer pessoa, é percebida como algo muito sério pelo deprimido - como uma ameaça à sua saúde.
Até me atrevo a dizer que, os afectos comandam a vida!...