19.3.07

NO DIA DO PAI

Hoje é o teu dia, Pai! Pena não te ter por perto!

Mesmo assim, o importante é pensar em ti, nos momentos felizes que passámos, nos momentos menos bons que partilhámos, nestas saudades, que apesar de tantos anos, não me deixam!

Hoje é um dos dias que gostaria de ter por perto, para desabafar as minhas angústias, contar-te os meus problemas, ouvir os teus conselhos tão sábios!...

Não é possível, nunca mais será! Mas não deixo de te falar e sei que me vais ouvir.
Preciso falar-te do turbilhão de ideias que me vai na mente, nas desilusões que sofri, nas dúvidas que me assolam.

Meu filho, que não chegaste a conhecer, é lindo, dá-me o carinho e conforto que falta na minha relação. Por ele, eu sofri demais, e sei que minha vida não será nunca um mar de rosas! Mesmo assim, não me consegui libertar deste marasmo, desta vida sem vida, deste viver que vai deixando marcas, mas não as que imaginei! Sou agora uma flor sem cheiro, um pássaro ferido, uma folha de papel sulcada de negras letras que só falam de desilusões desfeitas.

Meus projectos de vida, se transformaram em sonhos nunca realizados; meu amor continua dentro do peito à espera que alguém o liberte, minhas esperanças continuam as mesmas: ser feliz, viver, sorrir, ter alguém por perto que me ame!... É tão pouco, e ao mesmo tempo tanto, que chego a pensar que é pedir demais! Será? Será que a tão almejada paz de espírito e alegria nunca vão chegar?!

Mas hoje é o teu dia, não quero que minha tristeza te entristeça.
Deixo aqui o meu agradecimento carinhoso por esta vida que me deste e que eu não soube tornar tão feliz quanto desejaste para mim.

Obrigada, Pai! Descanso para ti!